
A desoneração da folha de pagamento é um tema que voltou com força total para 2026. Com a reforma tributária em andamento e o avanço da reoneração gradual da folha, compreender esse mecanismo é essencial para qualquer gestor que busca previsibilidade financeira e conformidade fiscal.
Nos últimos anos, o Brasil tem buscado reduzir o custo da contratação formal sem comprometer a arrecadação previdenciária. Dentro dessa lógica, a desoneração surgiu como uma forma de aliviar a carga sobre a folha de pagamento e estimular a geração de empregos, uma medida que, embora eficaz em determinados setores, passa agora por revisão e reequilíbrio.
Antes de entender o impacto da desoneração em 2026, é importante compreender como ela funciona na prática e por que se tornou um dos temas mais discutidos entre gestores financeiros, contadores e profissionais de RH. Continue a leitura e descubra como a desoneração surgiu, quais setores podem se beneficiar, o que muda com a reoneração gradual e como a tecnologia pode apoiar a tomada de decisão para garantir segurança fiscal e eficiência na gestão da folha.
O que é desoneração da folha de pagamento
A desoneração da folha é uma política tributária que substitui a contribuição previdenciária patronal de 20% sobre a folha de salários por uma Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB).
Essa substituição, prevista na Lei nº 12.546/2011, permite que empresas paguem uma alíquota entre 1% e 4,5% sobre o faturamento bruto, em vez da tradicional contribuição sobre a folha.
O objetivo: reduzir o custo da mão de obra e incentivar a formalização.
Esse modelo trouxe fôlego a empresas de setores com alto volume de colaboradores e margens estreitas, como tecnologia, construção civil e transporte. Entretanto, com a nova legislação, esse benefício vem sendo gradualmente reduzido.
Quais setores podem se beneficiar
Nem todas as empresas podem optar pela desoneração. O regime é restrito a segmentos definidos por lei federal, entre eles:
- Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)
- Construção civil e obras de infraestrutura
- Transporte coletivo e de cargas
- Têxtil, confecção e calçados
- Call centers e serviços de teleatendimento
Esses setores foram escolhidos por concentrarem grande número de empregos formais e enfrentarem forte pressão sobre custos fixos. Em muitos casos, a desoneração da folha foi o que garantiu a sustentabilidade operacional das empresas.
Como funciona a CPRB na prática
No regime tradicional, a empresa paga 20% sobre o total da folha de salários.
Com a desoneração, a base muda: o cálculo passa a ser sobre o faturamento bruto, com alíquotas variando conforme o setor.
Por exemplo:
Imagine uma empresa de tecnologia que fatura R$ 1.000.000 por mês e tem uma folha de pagamento de R$ 200.000.
No regime tradicional, ela pagaria 20% de contribuição previdenciária sobre a folha, ou seja:
20% x R$ 200.000 = R$ 40.000 de encargos patronais.
Com a desoneração da folha (CPRB), o cálculo muda: a empresa aplica a alíquota de 2% sobre a receita bruta em vez da folha. Assim, o valor devido seria:
2% x R$ 1.000.000 = R$ 20.000.
Nesse caso, a economia mensal seria de R$ 20.000, o que representa uma redução de 50% no custo da contribuição previdenciária.
Agora imagine esse cenário ao longo de um ano: a economia total chegaria a R$ 240.000, o suficiente para investir em novos colaboradores, treinamentos ou tecnologia.
Essa diferença representava uma redução de 50% nos encargos, mas o cenário começou a mudar com a nova legislação de reoneração.
Reoneração da folha: o que muda em 2026
Em 2025 o governo federal iniciou um processo de reoneração gradual da folha de pagamento, determinado pela Lei nº 14.973/2024, que se estenderá até 2028.
O objetivo é retornar progressivamente ao modelo original de contribuição sobre a folha.
Ano | Percentual da contribuição sobre a folha |
2025 | 5% |
2026 | 10% |
2027 | 15% |
2028 | 20% (retorno integral) |
No próximo ano, as empresas passam a pagar 10% sobre a folha, o dobro do ano anterior. Isso reduz pela metade a vantagem da CPRB e exige atenção redobrada à simulação de regimes.
Exemplo prático: decisão baseada em dados
Imagine uma empresa de médio porte com 60 colaboradores e uma folha mensal de R$ 200.000,00.
Com faturamento médio de R$ 1.000.000,00, ela se enquadra no setor de TI e pode optar pela CPRB.
Usando o módulo fiscal da RHello, o CFO da empresa realiza simulações automáticas para 2026:
Cenário 1 — Reoneração (10% sobre a folha)
Contribuição: 10% de R$ 200.000 = R$ 20.000,00
Cenário 2 — CPRB (2% sobre a receita bruta)
Contribuição: 2% de R$ 1.000.000 = R$ 20.000,00
O sistema mostra que, em 2026, os dois modelos se equivalem, mas projeta que, a partir de 2027, a CPRB perde vantagem.
Com a Rhello, nossa plataforma para gestão de recursos humanos e automatização da folha de pagamento, você gera relatórios comparativos, exibe os impactos financeiros no dashboard e integra os dados automaticamente ao ERP e ao eSocial, garantindo total rastreabilidade e conformidade.

Com essas informações em tempo real, a empresa decide pelo regime mais vantajoso com segurança e previsibilidade.
A tecnologia transforma uma decisão complexa em uma análise clara e fundamentada, eliminando riscos e retrabalho.
Como a tecnologia reduz riscos fiscais
A fiscalização digital do eSocial não deixa margem para erros manuais. Qualquer inconsistência entre o cálculo de encargos e os dados enviados pode gerar multas automáticas.
Por isso, soluções como a RHello são fundamentais para garantir cálculo preciso, atualização automática de alíquotas e auditoria preventiva. Veja na prática como ela funciona:
Entre os principais benefícios:
- Aplicação automática das regras de desoneração e reoneração;
- Simulações comparativas entre regimes (folha x faturamento);
- Atualização contínua das tabelas de INSS, IRRF e CPRB;
- Integração direta com ERPs, como SAP;
- Relatórios estratégicos para planejamento tributário.
Essas funções eliminam falhas humanas, reduzem custos com retrabalho e fortalecem o compliance fiscal da empresa.
Desoneração, reoneração e reforma tributária: o que vem pela frente
Com a Reforma Tributária (Lei Complementar nº 214/2025), novas mudanças estão em discussão, inclusive a possibilidade de criar uma contribuição unificada sobre a folha, substituindo os modelos atuais.
Enquanto essas definições não chegam, as empresas precisam operar com o regime vigente e se preparar para múltiplos cenários.
A RHello ajuda nessa transição ao permitir que gestores projetem cenários futuros, simulem impactos e planejem o orçamento com base em dados concretos.
Em tempos de instabilidade tributária, informação em tempo real é a melhor forma de garantir segurança jurídica e previsibilidade financeira.
Como as empresas estão se adaptando
Empresas mais maduras vêm adotando uma postura ativa diante das mudanças. Algumas das práticas mais eficazes observadas no mercado incluem:
- Revisar trimestralmente o enquadramento fiscal e as simulações de regime;
- Consolidar informações trabalhistas e previdenciárias em dashboards integrados;
- Automatizar cálculos e auditorias de folha com sistemas especializados;
- Capacitar continuamente as equipes de RH e DP sobre a legislação vigente;
- Utilizar soluções integradas, como a RHello, para unificar cálculo, compliance e controle orçamentário.
Essas ações reduzem riscos e permitem que o RH e o Departamento Pessoal deixem de atuar apenas de forma operacional, passando a desempenhar um papel estratégico na tomada de decisão.

O futuro da folha é estratégico e automatizado
A desoneração da folha nasceu como um alívio fiscal, mas em 2026 ela representa um desafio de gestão.
Com a reoneração em curso e a reforma tributária no horizonte, dominar esse tema é essencial para qualquer empresa que queira manter conformidade, eficiência e previsibilidade.
A RHello, permite que as organizações automatizem cálculos, simulem regimes, integrem dados ao ERP e tomem decisões baseadas em informação confiável.
Transforme a folha de pagamento em um instrumento estratégico de governança e planejamento tributário. Se você quer entender na prática como automatizar seus cálculos e preparar sua empresa para o cenário fiscal de 2026, leia também:
Cálculo da Folha de Pagamento em 2026 com as novas regras da reforma tributária.
Quer entender na prática como a RHello simplifica a gestão da folha em 2026?
Em um cenário de mudanças tributárias constantes, a diferença entre um RH operacional e um RH estratégico está na capacidade de prever impactos antes que eles aconteçam.
Com a RHello, essa previsibilidade deixa de ser uma meta e passa a ser rotina. A plataforma aplica automaticamente as regras da reoneração e da CPRB, compara cenários de forma visual e entrega aos gestores uma visão completa sobre o custo real da folha, encargos e provisões.
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